sábado, 4 de fevereiro de 2012

Até que o clássico os separe

Enquete revela que os torcedores de Náutico e Santa não se colocam como arquirrivais. Mas às 18h, quando as duas equipes entrarem em campo nos Aflitos isto vai mudar

Náutico e Santa Cruz se enfrentam hoje, às 18h, nos Aflitos

Todos sabem. Muitos não assumem. Mas, no fundo, poucos discordam. O curso do futebol de Pernambuco nas duas últimas décadas alterou o teor da rivalidade entre Náutico e Santa Cruz. Tornou-se até um certo tabu trazer esta análise à tona. Raramente jogadores, dirigentes, torcedores e até mesmo algum veículo de imprensa assume o risco de tratar o jogo como um clássico de menor rivalidade comparado aos duelos dos dois próprios times contra o Sport, arquirrival para ambos.

Nas duas semanas que antecederam o duelo deste domingo, o Superesportes abriu uma enquete em seu site para tentar medir o grau da rivalidade nos clássicos locais. O resultado da pesquisa - sem base científica - expõe a diferença. Foram quase duas mil participações. Cada torcedor podia votar uma única vez e responder qual clube ele considera o seu maior rival. O Sport foi o escolhido por 93% dos alvirrubros e 95% dos tricolores.

Reflexo do momento, não da história. Consequência direta das duas últimas décadas, onde o Leão se desgarrou dos adversários no número de títulos. Até 1991, o Sport tinha 25 Estaduais, contra 21 do Santa e 18 do Náutico. Vinte anos depois, o Leão somou mais 14 títulos locais, enquanto os rivais juntos venceram apenas seis.

A distorção de títulos - causa ou consequência de uma proporcional distorção de recursos - alterou naturalmente a balança das rivalidades locais. Mas só uma análise fria e distante - ou uma visão muito particular das novas gerações - cometeria o erro de dizer que tricolores e alvirrubros protagonizam clássicos de menor expressão. Muito pelo contrário.

A denominação de Clássico das Emoções costuma se justificar ano a ano dentro das quatro linhas em duelos que ocupam os capítulos épicos da história do futebol no estado. Não raramente, Santa e Náutico relegam o Sport à condição de coadjuvante e polarizam a disputa pelo título.

Pode ser uma rivalidade adormecida? Ok. Mas ainda assim é uma das mais tradicionais do esporte no país. E quando ela resolver despertar...

Alguns dados recentes servem para deixar isso claro. Os últimos sete títulos do Náutico, por exemplo, foram conquistados em cima do Santa e dentro do Arruda. Em 1974, talvez o mais expressivo deles, quando defendeu a honra do hexa pela primeira vez, impedindo o rival de igualar a sequência.

O Santa Cruz também coleciona feitos em cima dos alvirrubros na história recente. O acesso para a Série A em 2005 foi o mais recente e passou diretamente pelas duas vitórias nos clássicos já no quadrangular final. E a dramática final de 1993? Os tricolores já estavam a caminho de casa quando o time reverteu um jogo que parecia perdido. Dez anos antes, em 1983, a decisão do Supercampeonato no Arruda é considerada uma das maiores partidas já disputadas no estado.


FONTE:Supercampeonato

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