sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O que mudou no Santa Cruz em um ano

Pré-temporada e política de contratações são alguns dos pontos


1. CONTRATAÇÕES

2011

Compromisso com a causa
O Santa Cruz investiu em atletas pouco conhecidos, que buscavam espaço no futebol nacional, para mesclar com a prata da casa. Acertou onde mais precisava e montou uma espinha dorsal consistente, com Tiago Cardoso, Thiago Mathias, Leandro Souza, Memo, Weslley e Gilberto, que deixou o time após o Estadual. Formou um grupo homogêneo, sem estrelas, e conseguiu unir os atletas na missão de reerguer o Tricolor.

2012

Investindo em medalhões
Com a responsabilidade de defender o título, o Santa Cruz decidiu investir em atletas mais famosos, sem levar em conta o passado recente dos mesmos. Assim, trouxe Carlinhos Bala – estava no Fortaleza brigando para não cair à Série D -, Luciano Henrique – que pouco contribuiu na frustrada campanha do Paysandu para deixar a Série C -, e Dênis Marques – há quase um ano longe dos gramados. As “estrelas” pouco produziram até o momento e começam a ter a titularidade questionada.

2. PRÉ-TEMPORADA

2011

O primeiro
De férias desde o fim da Série D 2010, em setembro, quando foi eliminado pelo Guarany de Sobral, a ideia do departamento de futebol tricolor é que a pré-temporada do clube fosse antecipada. A apresentação do elenco coral ao recém-contratado técnico Zé Teodoro aconteceu em 6 de dezembro, no Arruda. A reta final da pré-temporada foi realizada em Chã Grande. O Tricolor foi o primeiro time da capital a iniciar os trabalhos.

2012

O último
Invertendo a lógica vitoriosa do ano anterior, o Santa Cruz foi o último clube a voltar a trabalhar dentre os 12 que disputam o Campeonato Pernambucano. Iniciou a pré-temporada somente em 2 de janeiro. No primeiro dia de trabalho, ainda no Arruda, apenas 25 jogadores se apresentaram ao técnico Zé Teodoro, sendo muitos deles do elenco de juniores. Assim como no ano anterior, o time também seguiu com a preparação na cidade de Chã Grande.

3. ESTILO DE JOGO

2011

Ciente das limitações
Retrancado. Jogando nos contra-ataques, no sistema “fechadinho” dentro ou fora de casa. Sem vergonha do estilo “time pequeno”, como se diz no jargão futebolístico. Prezando sempre pela marcação e pegada em detrimento de qualquer outro fundamento. Foi dessa forma, por exemplo, que o time surpreendeu a todos com um futebol eficiente e desbancou o Sport, por mais de uma vez, em plena Ilha do Retiro. Acabou como o campeão estadual do ano passado e subiu de divisão no Brasileiro.

2012

Sem identidade
O Santa Cruz perdeu a identidade. Não sabe se prefere se impor como o time grande que é no Estado, ou se volta ao sistema “retranca absoluta”. Ou mesmo se encontra um meio-termo. Esta última opção parece ter sido a escolha do treinador, que ainda não mostrou eficiência. O Tricolor não consegue ter a mesma força defensiva do ano anterior, muito menos um ataque produtivo. A equipe, todavia, segue no sacrifício, passando por experiências.

4. ZÉ TEODORO

2011

Sem pressão
Pegou o Santa Cruz desfigurado. No fundo do poço. Sem elenco, sem motivação. O treinador aceitou o desafio de reerguer o clube. Conseguiu. A seu modo, montou um “time de guerreiros”. Sem espaço para medalhões, vaidades, ou mesmo ter um só grande ídolo. Era o grupo pelo grupo. Os 11 pelos 11. Marcando e atacando. Mais marcando, é verdade. De qualquer forma, deu certo. Sem inventar. Fórmula simples. Acabou o ano “endeusado”.

2012

Com pressão
Depois de muito vaivém, acabou permanecendo no Arruda. Deixou a torcida feliz e esperançosa pela continuidade do trabalho vitorioso do ano anterior. Todavia, vem decepcionando. Sendo repetidamente criticado. Já foi chamado de “burro” por mais de uma vez. De fato, tem inventado muito. Não está conseguindo dar um padrão ao time. É teimoso em convicções que só ele entende. Peita a torcida. Insiste em atletas de sua confiança. Chegou a escalar Carlinhos Bala de volante no clássico. Um verdadeiro “professor Pardal”.

5. TORCIDA

2011

A mais apaixonada
A torcida tricolor estava castigada. Consciente de que só com o seu apoio o time conseguiria deixar a fase mais nebulosa da sua história para trás. E resolveu acolher e acordar o gigante. Tudo era festa. Mesmo quando a situação era adversa, como os aplausos no intervalo do jogo contra oTreze-PB, quando o time desceu para o vestiário perdendo por 2 a 0 e via ameaçado o sonho de subir à Série C. Apaixonada do jeito que é, a massa coral fez a sua parte e seguiu a linha do time, empurrando e fazendo (muito bem!) a sua parte.

2012

A mais impaciente
Com o moral de quem é o atual campeão estadual e respaldado pela manutenção da base vitoriosa do ano passado, o torcedor tricolor voltou ao seu grau de exigência tradicional. Sem ver o time deslanchar da mesma forma do ano anterior, passou a cobrar. Sabe que agora pode exigir um “algo a mais”. Passou a pegar no pé do time e, sobretudo, do treinador. O apoio que antes era incondicional passou a ser restrito, cheio de cobranças e vaias.

A CAMPANHA TRICOLOR

1º turno 2011
22 pontos
7 vitórias
1 empate
3 derrotas
18 gols pró
14 gols contra

66,6% de aproveitamento

1º turno 2012
17 pontos
5 vitórias
2 empates
4 derrotas
16 gols pró
15 gols contra

51,5% de aproveitamento

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