Novo reforço do Santa recorda sofrimento nas mãos de Maradona

Atacante Alex Pires, ex-comandado do hermano no Al Wasl, enfatizou que o técnico argentino não deu chances aos brasileiros na equipe

O novo contratado do Santa Cruz, o atacante Alex Pires, possui um currículo com passagens em clubes do exterior, como Ajax-HOL e União de Leiria-POR (ambos em times sub-23). Mas foi nos Emirados Árabes Unidos que o jovem de 20 anos teve uma experiência bem diferente e nada agradável. E ela está ligada a um grande ídolo do futebol mundial, o argentino Diego Maradona.

Alex foi um dos comandados do agora treinador argentino no Al Wasl, time de Dubai no qual o atacante passou cerca de seis meses antes de acertar sua transferência para o Tricolor pernambucano. Entretanto, o jogador não guarda boas lembranças do tempo em que esteve sob as ordens de Maradona. Isso porque, segundo o atacante, o treinador tem uma "aversão" a jogadores brasileiros:

- Eu treinava bastante e só jogava no time B, pois na equipe principal só poderiam jogar três estrangeiros, eu era o quarto. Quando o Maradona chegou, achava que iria ter oportunidade, mas ele escanteou os brasileiros da equipe. Foi tirando um por um. Inclusive, fiquei para ser chamado para o time principal, mas ele preferiu chamar um garoto da base a me escolher - contou o atacante, lembrando que o problema passou até a atingir o jogador brasileiro mais experiente da equipe e que atuava há seis anos no clube, o atacante Alexandre Oliveira, de 32 anos, hoje no Botafogo/RJ.

- O Maradona foi tirando os brasileiros um por um. Como eu não iria ter chances, resolvi sair. Mas até o Oliveira, que tinha moral com o sheik, ele conseguiu tirar. Para se ter uma ideia, nós treinávamos em separado, todos os brasileiros. Às vezes, quando ele queria, ele mandava o tradutor ir lá no canto onde a gente estava para dizer: "brasileiros, podem vir".

Passada a experiência negativa com o ídolo argentino, Alex veio para o Santa Cruz e, de acordo com o atacante, encontrou acolhimento no grupo de Zé Teodoro.

- Vim para cá no ano passado para jogar a Copa Pernambuco. Porém, por problemas com inscrição, não pude disputar. Fiquei treinando e agora espero ter minha oportunidade aqui no Santa Cruz - enfatizou o atacante, mostrando-se confiante em jogar no clube em que um dia seu pai já fez parte

- Meu pai, Cosmo, foi jogador daqui na década de 80. Estou muito feliz em vir para o Santa Cruz e vim para mostrar meu potencial - finalizou.